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| Rua Monte Cassino e o Farol de Sopot |
Aproveitamos o tempo livre que tínhamos numa tarde em Gdansk para conhecer Sopot, balneário no Mar Báltico onze quilômetros ao norte. Situada entre duas cidades grandes, a própria Gdansk e Gdynia, Sopot forma com elas um conglomerado conhecido como Tricity.
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| Brasão de Sopot |
Sendo um dos mais badalados resorts costeiros na Polônia, Sopot tem uma aura completamente diferente das demais cidades polonesas que conhecemos, de certa forma parecendo menos eslava. Seu brasão, com uma andorinha aterrissando sob um céu límpido, já remete à vocação da cidade para o lazer. Aqui e ali ainda aparecem alguns elementos da época em que era um balneário chique alemão. Foi uma variação interessante ao que veríamos nos dias seguintes ao prosseguirmos pelo interior do país.
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| Vista aérea da área do pier e do farol - fonte: Creative Commons Emptywords, CC BY-SA 4.0 |
Para chegar até lá, basta tomar o trem regional na estação ferroviária de Gdansk, mostrada no post sobre Malbork. Após quinze minutos desembarcamos na estação central de Sopot, a 400 metros do início do calçadão central que leva direto ao mar, o Bohaterów Monte Cassino (Heróis de Monte Cassino). Com este nome quilométrico, a rua é apelidada de Monciak pelos habitantes e é famosa no país pelo seu movimento, mesmo àquela hora da tarde de um dia de semana estava cheia de passantes.
Se você está estranhando o nome da rua, se trata de uma batalha travada perto de Roma em 1944 entre Aliados e Alemanha ganha pelos primeiros, onde combatentes poloneses tiveram participação relevante - mais de mil soldados poloneses estão enterrados no cemitério de Monte Cassino. Lembrei-me da batalha de Monte Castelo, que ocorreu seis meses depois também na Itália com a participação dos expedicionários brasileiros.
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| A estátua do equilibrista na transversal da rua Monte Cassino |
Eu estava curioso para apreciar uma estátua mencionada no guia de viagem, o Andante na Corda Bamba. O guia indicava que a estátua estava situada numa viela transversal à Monte Cassino. Percorremos a curta rua Berna e nada da estátua. Já achando que tinha lido a indicação errada, resolvi olhar para cima. Sim, era um caso em que o escultor levou ao pé da letra o tema retratado, e lá estava a estátua de um pescador negro com sua rede contendo peixes, equilibrada num fio sobre nossas cabeças. Surreal. O que a estátua tem a ver com Sopot? Não faço a mínima ideia.
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| A torre do spa junto à praça semicircular, que é apropriadamente chamada de Skwer Kuracyjni (em bom português, Praça do Spa) |
A Monte Cassino termina numa praça semicircular onde se destaca o Balneário. Sopot é renomada por seus spas e banhos termais, e este prédio apresenta uma torre que mais parece pertencer a um castelo. O que eu desconhecia (e só vim a saber quando pesquisava para escrever este post) é que na realidade a torre inaugurada em 1904 abriga o farol da cidade, aberto a visitação e de onde se obtém vista fantástica para o mar. Espanta bastante que um mesmo prédio abrigue um spa e um farol; o objetivo primário da torre era servir como chaminé para o boiler das instalações termais, e o arquiteto optou por incrementar o projeto para combinar o desenho da chaminé com o restante do prédio, disfarçando-a para não enfear o local. Hoje o farol continua a cumprir sua função de orientar os navegantes; já teve um alcance do facho considerável, mas que acabou reduzido para somente treze quilômetros. Quem conhece minha predileção por obter essas vistas aéreas pode entender meu desapontamento ao descobrir que tinha deixado passar a existência do farol dublê de mirante...
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| O extenso píer de Sopot à distância na praia |
E é na praça semicircular que está a entrada de uma das maiores atrações da cidade, o píer, Molo. Sua presença me fez lembrar da britânica Brighton. Com 511 metros de comprimento, é o maior píer de madeira na Europa. O píer tem um formato diferente, correspondente à letra F, onde barcos são atracados.
Porém o Molo tem entrada paga a 10 zlotys (na época cerca de 13 reais). Meu estímulo maior para visitá-lo teria sido para tirar fotos da costa da praia com suas construções, mas realmente a hora escolhida para visitar a cidade não foi nada adequada para cumprir esse objetivo, o sol estava com força total a oeste, impedindo uma foto adequada. Com isto, achei que seria perda de tempo percorrer o píer e preferi não adquirir o ingresso.
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| O curioso mobiliário praiano |
A praia de Sopot é um capítulo à parte. Achei curiosas as versões de cadeira de praia, uma espécie de poltrona/sofá, que com a cobertura levantada se assemelha a uma barraca. Sua largura permite duas pessoas estendidas com folga, e ao ver as cadeiras posicionadas de costas eu jamais suporia sua utilização.
Bem perto do píer se localiza a construção que mais evoca o glamour de outrora em Sopot, o Grand Hotel. Com estilo que lembra os hotéis belle-époque da Riviera Francesa, o hotel cinco estrelas foi inaugurado em 1927 com o nome de Hotel Kassino, tendo hospedado tanto personalidades do passado como Charles Aznavour, Marlene Dietrich, Greta Garbo e Fidel Castro quanto astros da atualidade como Shakira. Aliás, o cassino continua a fazer parte dos atrativos do hotel de luxo.
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| Grand Hotel |
No próximo post, Wroclaw.








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